Em plenária nacional, servidores públicos federais anunciam estado de greve e discutem paralisação nacional

Base foi ouvida no evento online realizado nesta quarta-feira e o dia 23 de março confirmado como data de início da greve geral, caso não haja resposta do governo

Em plenária nacional das entidades sindicais do serviço público federal na noite desta quarta-feira, dia 23, foi anunciado o estado de greve da categoria, o novo calendário de mobilização, e discutida a possibilidade de paralisação geral a partir de 23 de março. As entidades cobram a abertura de mesa de negociação com o governo federal e o atendimento da reivindicação de recomposição salarial de 19,99%.

O foco da plenária foi ouvir a base sobre a viabilidade da greve. David Lobão, do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), explicou que “essa agenda, que começa hoje, nos coloca em estado de greve. É o momento em que estamos construindo a greve, colocando a greve como a alternativa que temos para conquistar a nossa reivindicação. Essa plenária inicia esse processo”.

Regina Avila, secretária-geral do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), afirmou que “essa greve que a gente está construindo virá forte em defesa do reajuste”. Para ela, “temos uma série de atividades para que de fato a gente deflagre, pensando nossas possibilidades, limitações. Temos certeza de importância e necessidade de uma greve dos servidores públicos federais. Condições não faltam”.

Enquanto alguns servidores da base apontaram a dificuldade de uma mobilização ampla da categoria por diversos fatores, como o trabalho remoto que compromete um diálogo mais próximo, e o calendário apertado, outros cobraram que haja forte envolvimento dos trabalhadores para a deflagração da greve, conquista da reivindicação e derrota do governo Bolsonaro.

`Plenária nacional dos servidores públicos federais

Mês de mobilização

Durante todo o mês de março, estão previstas ações para cobrar o reajuste. Elas iniciam no dia 8, com atos referentes ao Dia Internacional das Mulheres. Já o dia 16 é considerado uma data de extrema relevância: “Nesse dia, precisamos realizar mobilizações em todo o país. Mandar caravanas para Brasília, onde ocorrerá um ato nacional. É um dia decisivo: vamos dar o ultimato ao governo Bolsonaro. Ele terá sete dias para atender nossa reivindicação. Se em sete dias não houver mesa de negociação, em 23 de março a greve geral começa com tempo indeterminado”.

Alguns servidores se posicionaram contrários à data e sugeriram que a greve seja antecipada, como previam calendários anteriores. Eles ponderam que, em ano eleitoral, os reajustes só podem ser concedidos até seis meses antes das eleições, ou seja, até dia 4 de abril. “O calendário que nós apresentamos busca construir uma unidade”, justificou Lobão.

Calendário sugerido pelo Sinasefe

8/3: Atos relacionados ao Dia Internacional das Mulheres;
9/3: Lançamento do comando nacional de construção da greve dos servidores e servidoras, que orientará os estados para que construam seus comandos locais;
16/3: Dia Nacional de Mobilização, Paralisação e Greve dos Servidores Públicos Federais;
23/3: Início da greve geral.

Assista ao vídeo da plenária na íntegra:

https://youtu.be/0LJHzCQf5d4

Saiba mais sobre a reivindicação de reajuste salarial aqui.

Imprensa Apufsc