Recuo de matrículas de jovens no Ensino Superior escancara falhas na política de educação

Para especialistas, a tendência de queda tende a piorar, considerando recentes cortes orçamentários, que afetaram o número de bolsas e outros subsídios que combatiam a evasão de alunos, destaca o Globo

Em 2014, quando ainda se vivia a expansão do acesso ao ensino superior, o governo brasileiro lançou seu Plano Nacional de Educação (PNE), com o objetivo de chegar, 10 anos depois, a 33% da população jovem, de 18 a 24 anos, dentro das universidades. A dois anos da data limite, porém, a meta ainda está muito distante. Se nos anos anteriores à posse de Jair Bolsonaro, o ritmo de crescimento já havia diminuído, a partir da atual gestão houve um recuo inédito na série histórica. Os novos números do Censo da Educação Superior, divulgados pelo Inep no início do mês, apontam a segunda queda seguida de matrículas entre jovens.

A pedido do GLOBO, o Instituto Semesp calculou a porcentagem de pessoas de 18 a 24 anos nas universidades, com base nas estatísticas do Inep. Em 2021, 17,7% dos jovens brasileiros cursavam uma graduação, taxa que era de 17,8% em 2020 e de 18,3% em 2019. Os dados do último censo são de 8,9 milhões de matrículas nas universidades, considerando qualquer faixa etária, sendo 77% na rede privada. O maior avanço ocorreu nos cursos de Ensino a Distância (EAD), que alcança, majoritariamente, alunos adultos.

Para especialistas, a tendência de queda tende a piorar, considerando os recentes cortes orçamentários, que afetaram o número de bolsas e outros subsídios que combatiam a evasão de alunos, somados à crise econômica. O índice de matrículas vinculadas ao Prouni e Fies, por exemplo, é o menor desde 2013. Ao mesmo tempo, as inscrições no Enem também caíram: neste ano, 3,4 milhões de brasileiros se inscreveram, número 60% menor que em 2016.

Leia na íntegra: O Globo