“Quero o CNPq financiando projetos e não sendo apenas uma agência de bolsas”, afirma Ricardo Galvão

Presidente do CNPq destaca em entrevista ao Jornal da Unesp as primeiras ações da gestão, os planos em busca de maior igualdade de gênero e raça na distribuição de bolsas, e os critérios de avaliação da agência

Em entrevista ao Jornal da Unesp, o novo presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ricardo Galvão, discute os desafios de se financiar a produção científica em um órgão que na última década vem sofrendo cortes recorrentes no orçamento e queda no quadro de servidores. A menos de dois meses no cargo, o presidente tem se esforçado para administrar as restrições orçamentárias e a ansiedade da comunidade científica. “É ingênuo pensar que vai entrar um novo governo e resolver logo todos os problemas”, desabafa.

A inquietação dos colegas é compreensível. Ao longo da última década, o principal órgão responsável pelo financiamento da ciência brasileira sofreu com sucessivos cortes no orçamento e viu seu quadro de servidores ser reduzido pela metade. Após tomar posse, em 17 de janeiro, entretanto, Ricardo Galvão se surpreendeu positivamente com o que viu. “O CNPq tem um corpo de servidores de carreira muito qualificado e que procurou sempre sustentar o funcionamento do órgão”, afirmou.

Para quem tem mais de cinco décadas dedicadas à ciência e poderia estar pensando em desfrutar a aposentadoria, os últimos anos do físico foram bastante movimentados. Em 2019, entrou em atrito com o governo Bolsonaro ao defender o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) de ataques referentes aos dados do desmatamento na Amazônia. Acabou demitido. Em 2022, aceitou o convite de Marina Silva para se candidatar a deputado federal nas eleições, tateando essa área ainda pouco conhecida pelos cientistas, a política. Agora, o físico assume a gestão do CNPq após anos de desestruturação.

Leia na íntegra: Jornal da Unesp