Cineclube 757 inicia ciclo de debates sobre fascismo com documentário “Noite e Neblina”

Evento aconteceu no Teatro Camem Fossari com a presença das debatedoras Roseane Monteiro Virginio e Naiara Leonardo Araújo

A edição do Cineclube 757 desta segunda-feira, dia 17, deu início a uma série de debates sobre fascismo com o documentário “Noite e Neblina”, de Alain Resnais. O filme, produzido dez anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial, conta as atrocidades ocorridas nos campos de concentração e de extermínio nazistas, que deixaram nove milhões de mortos. O cinedebate aconteceu na data em que se celebra Yom HaShoá, o Dia da Lembrança do Holocausto em Israel. Na sequência da programação, haverá debates e exibições dos filmes “O fascismo de todos os dias”, “O ovo da serpente” e “De Caligari a Hitler”.

O evento da última segunda-feira, que aconteceu no Teatro Carmem Fossari, começou com a exibição do documentário e, na sequência, o debate. As debatedoras convidadas foram a doutoranda em História Roseane Monteiro Virginio e a professora temporária de Artes Visuais na Universidade Estadual do Ceará (UECE) Naiara Leonardo Araújo — ambas têm como área de pesquisa História e Cinema.

O debate aconteceu entre as convidadas Roseane Monteiro Virginio e Naiara Leonardo Araújo e o público presente (Fotos: Lais Godinho/Apufsc)

Naiara começou o debate falando sobre as imagens “muito impactantes” da obra, que são trazidas de uma maneira artística ao combinar imagens da época do documentário em cores, enquanto das imagens da época do holocausto são em preto e branco. O filme começa em uma estação de trem, e Naiara comenta que “os trilhos, que podem ter um fim otimista [em metáforas], aqui não, aqui levam à morte”.

Roseane falou sobre como o filme aborda, no início, as várias formas de evolução da ciência e tecnologia, mas que, nesse caso, tinham como fim a destruição humana. “A gente tem acesso no documentário a imagens que as pessoas na época não tinham”, pontuou Roseane ao trazer destaque para um dos objetivos do diretor do filme, relembrar o acontecido porque “as pessoas têm memória curta”. “O olho precisa estar sempre aberto”, destacaram as debatedoras.

Próximas edições do Cineclube 757

22/5 – “O fascismo de todos dias”, de Mikhail Romm (1965/2horas10min/PB)
19/6 – “O ovo da serpente”, de Ingmar Bergman (1977/120min/Cor)
10/7 – “De Caligari a Hitler”, de Rüdiger Suchsland (2014/1hora58min/PB)

Lais Godinho
Imprensa Apufsc