MEC quer reduzir o alcance do Fies para cerca de 100 mil inscritos

Camilo Santana explica que programa, que hoje atende 144 mil estudantes, encolherá para ter foco em universitários de baixa renda, diz o Globo

O governo está fazendo os últimos ajustes na proposta do novo Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) que será enviada ao Congresso até o fim do ano e pretende implementar critérios mais rígidos de acesso, além de diminuir a inadimplência. Em entrevista ao jornal O Globo, o ministro da Educação, Camilo Santana, afirma que o objetivo é reduzir o alcance para cerca de 100 mil inscritos — hoje são 144 mil estudantes, número que já superou os 700 mil na gestão de Dilma Rousseff. O titular do MEC revelou ainda que os estudantes que receberem a bolsa permanência no ensino médio só poderão retirar os valores no fim do ano se forem aprovados.

Como ficará o Fies depois do programa de renegociação da dívida?

Havia uma cobrança grande, e nós estamos mudando. Queremos lançar um novo Fies a partir do próximo ano, porque ele se transformou em uma política muito mais financeira e econômica do que social. Vamos agora resolver o problema da inadimplência das pessoas que estão sem a menor condição de pagar e criar um novo sistema. Uma coisa é cobrar daquele que realmente não pode pagar e outra é aquele que não paga porque não quer.

O que vai ser feito?

Estamos modificando as plataformas com os dados de quem pegou o financiamento, para saber se a pessoa trabalha ou não. Entender o perfil de cada um e lançar o novo programa, que estamos chamando de Fies Social. Focado realmente para uma política social de acesso, porque no ensino superior é o inverso da educação básica. Hoje, 85% da educação superior é privada. Para o Brasil atingir a meta do Plano Nacional de Educação, que é garantir 50% das matrículas dos jovens de 18 a 24 anos no ensino superior, o papel das universidades particulares será importante. Queremos também que o novo Fies seja diferenciado para licenciaturas, porque há uma preocupação de que ninguém quer ser professor.

Leia na íntegra: O Globo