Saiba como foi o dia de mobilização e paralisação da categoria docente na UFSC

Nesta quarta-feira, teve assembleia, rodas de conversa e ato em defesa do serviço público

Nesta quarta-feira, dia 3, ocorreu a paralisação nacional da categoria docente. Pela manhã, foi realizada a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) da Apufsc-Sindical no auditório do Espaço Físico Integrado (EFI). O evento deu início ao processo de decisão sobre a entrada ou não em greve da categoria docente da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). No total, 252 filiados e filiadas ao sindicato participaram do evento, além de 99 pessoas não filiadas.

No período da tarde ocorreu aula pública “Políticas neoliberais: inimigas do povo e da educação” ministrada pelo professor Mauro Titton em frente à Reitoria, na tenda da greve dos técnicos-administrativos em educação (TAEs). Esse aula foi um pedido de estudantes para entender sobre os desmontes da educação e quem a interessam.

Aula com professor Mauro Titton foi pedido de estudantes (Foto: Leticia Schlemper/Apufsc)

Estudantes também pediram para que os TAEs e os docentes levem suas reivindicações para as negociações com o governo. Eles pedem melhoras na estrutura, na alimentação e nas políticas de permanência.

Além da aula, em frente à Reitoria, ocorreu uma roda de conversa sobre as demandas da categoria docente da UFSC. Nessa conversa foram discutidas questões sobre reajuste salarial, horas extras trabalhadas que não são computadas no Planejamento e Acompanhamento de Atividades Docentes (PAAD), condições precárias de trabalho, falta de novos docentes e técnicos-administrativos na universidade, falta de espaços de convivência e a necessidade de mobilização nacional.

Professores discutiram condições de trabalho (Foto: Leticia Schlemper/Apufsc)

O diretor de Comunicação da Apufsc, Marcio Vieira de Souza, esteve presente no evento ressaltou a relevância da roda de conversa. Também participou o diretor de Promoções Sociais, Culturais e Científicas, Roberto Ferreira de Melo, que comentou sobre a sobrecarga de trabalho dos professores. Roberto também falou sobre a luta para conseguir uma nova sede para Apufsc para promover mais espaços de convivência entre os docentes.

Ato dos servidores

À tarde, docentes, TAEs e estudantes se reuniram em frente à Reitoria da universidade para realização de ato em defesa dos servidores e do serviço público federal. 

Marcha foi realizada no campus da UFSC, em Florianópolis (Foto: Ana Laura Baldo/Apufsc)

Com a unificação das três categorias da UFSC, eles seguiram em marcha pelo campus da UFSC em Florianópolis reivindicando reajuste salarial, reestruturação dos planos de carreiras, investimentos nas instituições e a realização de concurso para contratação de mais servidores. 

A Apufsc esteve presente no ato, que fez parte da programação do dia de paralisação. Durante a caminhada, que contou com a participação de aproximadamente 100 pessoas, as categorias reiteraram a importância da participação da comunidade universitária e dos trabalhadores no movimento de luta.

Lançamento de Livro

Já na parte da noite, aconteceu o lançamento do livro “Contra o Sionismo: retrato de uma doutrina colonial e racista”, em uma mesa com Carlos Latuff, Breno Altman e Fawsi El-Mashni. A Apufsc, apoiadora do evento, foi representada pelo diretor de Promoções Sociais, Culturais e Científicas, Roberto Ferreira de Melo. Cerca de 200 pessoas participaram. O ato foi marcado por falas em defesa da Palestina.

Fawzi El-Mashni, ex-embaixador da Palestina, se emocionou em sua fala sobre as violências e o genocídio sofridos pelo povo palestino. Citou ainda as morte de profissionais que atuam na Faixa de Gaza, como humanitários e jornalistas. “A Faixa de Gaza está morrendo de fome, de doenças, sem hospitais”, lamentou. Mashni relembrou a morte dos sete funcionários da ONG World Central Kitchen (WCK), no início de abril de 2024, em um ataque aéreo israelense na Faixa de Gaza. Os profissionais desempenhavam papel fundamental na luta contra a desnutrição na região da palestina.

Fawzi El-Mashni, ex-embaixador da Palestina, falou sobre as violências sofridas pelo povo palestino (Foto: Ana Laura Baldo/Apufsc)

Carlos Latuff, chargista e ativista político, destacou em sua fala a importância do livro “Contra o Sionismo: retrato de uma doutrina colonial e racista”, de Breno Altman. “O livro do Breno é importantíssimo, leiam a obra e digiram. Ele explica tudo o que debatemos aqui hoje”, resumiu. Ele finalizou dizendo que faz sua parte na luta como chargista e pede a união de todos na luta pela causa palestina.

Carlos Latuff, chargista e ativista político, participou da mesa (Foto: Ana Laura Baldo/Apufsc)

Breno Altman, autor do livro, falou sobre a obra e explicou alguns termos, como o sionismo, que prega a violência contra o povo palestino. O autor afirmou que a luta e a solidariedade de todos, em prol da causa palestina, é necessária. “Nunca a questão palestina recebeu tanta solidariedade do mundo. É uma situação dolorida e de muito sacrifício, mas também é uma situação que aponta não para a ascensão do regime sionista, mas para o seu ocaso. Isso depende em grande parte da nossa luta e solidariedade”, finalizou o autor.

Autor do livro “Contra o Sionismo: retrato de uma doutrina colonial e racista”, Breno Altman (Foto: Ana Laura Baldo/Apufsc)

Votação sobre a greve

Às 18h de quarta, iniciou a votação sobre a adesão ou não da categoria docente da UFSC à greve nacional a partir de 15 de abril. O pleito é eletrônico, conforme prevê o estatuto da Apufsc, e ocorre por meio da Área do Filiado, no site do sindicato. Saiba mais aqui.

Leticia Schlemper e Ana Laura Baldo
Imprensa Apufsc