Levantamento mostra que atendimento cresceu 4% entre famílias mais ricas e diminuiu 0,7% entre as mais pobres
Um levantamento do Todos Pela Educação mostra que o pequeno crescimento de acesso à creche no Brasil registrado em 2024 foi puxado por crianças de famílias ricas, o que, na prática, resultou num aumento da desigualdade de acesso a essa etapa escolar no país. O estudo analisou, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a proporção de alunos de 0 a 3 anos entre as 20% famílias mais ricas e as 20% mais pobres do país. No primeiro grupo, 56% tinham acesso à creche em 2023 e isso passou para 60% em 2024. Já entre as mais carentes houve ainda uma leve queda de 31,3% para 30,6% nesse mesmo período.
Estudos apontam que é na primeira infância que o ser humano se desenvolve mais e mais rápido. Por isso, ela é considerada uma “janela de oportunidades”. Nesse período, formam-se as bases do desenvolvimento cognitivo, físico e socioemocional. Até os 6 anos, o cérebro realiza 1 milhão de sinapses por segundo e 90% das conexões cerebrais são estabelecidas.
“O impacto mais importante é no desenvolvimento das crianças. A grande maioria delas não tem em seus domicílios um ambiente adequado para estudar, um adulto com condições de dar atenção plena para as interações que elas precisam. Por isso, quando são privadas desse tipo de oportunidade (acesso à creche), seu desenvolvimento fica mais restrito com impactos até a vida adulta”, afirmou o diretor de Políticas Públicas do Todos, Gabriel Corrêa.
Leia na íntegra: O Globo
