Matrículas em universidades federais aumentaram 59,1% em uma década

Expansão no setor público foi registrada pelo Censo da Educação Superior, divulgado na sexta-feira (23)

A expansão do ensino superior público ficou expressa nos dados divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) na última sexta-feira (23). Segundo o Censo da Educação Superior 2019, em uma década o número de matrículas em universidades federais cresceu 59,1%.

As universidades federais reúnem a maior fatia de matrículas entre as instituições da rede pública, ou seja, dois terços das matrículas de graduação dessa rede estão em universidades federais. Em 2019, as universidades federais tinham um total de 1.335.254 de matrículas. Nas outras esferas da educação publica, a rede estadual apresentou aumento no número de matrículas de 16 %. Já a rede municipal teve uma queda de 25,3%.

Apesar do aumento, no entanto, essas instituições, juntamente com as universidades estaduais e municipais, correspondem a apenas 24,2% do total de matrículas no ensino superior brasileiro. A distribuição de vagas da rede pública em relação à rede privada ainda é desigual no Brasil. Segundo o Censo, o país tem em média 2,2 alunos matriculados na rede privada para cada estudante da rede pública.

Entre os estados essa razão varia para mais ou para menos. Os estados onde as vagas são melhor distribuídas são o Tocantins, Paraíba e o Rio Grande do Norte, onde o número de matrículas é praticamente igual nas duas redes. O estado de São Paulo é a unidade da federação com maior discrepância: são 4,4 alunos em instituições privadas para cada estudante da rede pública.

Divulgado no início da semana passada, o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) evidenciou o abismo entre instituições públicas e privadas de ensino superior. Somente 6,3% dos cursos de graduação avaliados no Enade 2019 alcançaram conceito 5, nota máxima da avaliação, desses, aproximadamente 80% são de universidades públicas. Entre as universidades privadas, apenas 1,5% dos 6.360 avaliados no Enade obtiveram conceito 5.

Em relação ao número de alunos novos no ensino superior, em dez anos, a  rede privada cresceu 87,1%, enquanto a rede pública aumentou 32,4%. A área com maior número de ingressantes no país em 2019 foi Negócios, Administração e Direito, cuja taxa foi de 58,6 alunos novos para cada 10 mil habitantes. Essa área também apresenta maior índice de conclusão do curso com taxa de 19,9 para 10 mil habitantes.  O curso no qual mais pessoas entraram e se formaram em 2019, no entanto, foi pedagogia.

Leia na íntegra: O Globo