Repetição de linguagem acrítica, apagamento da origem das ideias, reforço de vieses, preconceito e desigualdade são alguns riscos potenciais, indicam pesquisadores
Inseridas em lógicas de concentração de poder, extração massiva de dados e consumo intensivo de energia, tecnologias como a Inteligência Artificial Generativa (IAGen) refletem e reforçam desigualdades estruturais. É o que apontam os docentes Nathália Azevedo, do Instituto de Biociências (IB) da USP, e Paulo Santos, da Universidade de Brasília (UnB), em um editorial publicado na revista Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências.
Para discutir o uso da IAGen na criação de conteúdos acadêmicos sintéticos, a dupla optou por apresentar a jornada de aprendizagem do corpo editorial da revista sobre a Inteligência Artificial Generativa e chamar a comunidade científica para um diálogo crítico. “Almejamos evitar que o uso desenfreado da IAGen sem respeito aos direitos autorais e repleto de violações éticas em sua dinâmica de produção passe a enviesar, de forma automática e irrefletida, nossas práticas de pesquisa e educação”, afirmam no texto.
Sem negar ou recriminar o uso da ferramenta, Nathália define o trabalho como “mais um convite ao debate para pensar quais são as contribuições reais da sua incorporação para produção escrita e para dimensão analítica”. Para eles, como para outros autores, as tecnologias estão em disputa na sociedade na justificativa pela qual existem, em seu processo de produção, nos interesses envolvidos, em seu uso e eficiência. Desse modo, a bióloga reivindica uma justificativa plausível dentro de limites éticos para seu uso na produção científica.
Leia na íntegra: Jornal da USP
