Governo não define data para liberação de reajuste

De acordo com informações da assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento (MP), os reajustes dos servidores públicos federais abrangidos pelas Medidas Provisórias 430/08 e 431/08 ainda não serão pagos nos contracheques deste mês. Como a folha de pagamento já foi fechada, o órgão informou que o governo ainda estuda se pagará o reajuste, retroativo a março, em folha suplementar, ou se o incluirá nos contracheques de junho.

Na última terça-feira, dia 27, o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), anunciou ao Plenário a chegada ao Congresso do projeto de lei do Executivo que pede a abertura de crédito no valor de R$ 7,56 bilhões para o reajuste de diversas categorias de servidores públicos federais, entre eles os militares, nos moldes da Medida Provisória 430/08. O governo se comprometeu a retirar a MP na última semana, após pressão da oposição. Por se tratar de matéria orçamentária, o projeto deve ser remetido à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) e, em seguida, ser votado em sessão conjunta do Congresso.

Como a MP 430/08, que abre crédito orçamentário no valor de R$ 7,56 bilhões, continua valendo, o reajuste será pago independentemente da aprovação do Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) nº 5/2008. O PL contém o mesmo teor da MP, mas foi enviado ao Congresso Nacional pelo governo após pressão de parlamentares da oposição, que criticaram a edição de uma medida provisória que abre crédito orçamentário logo após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter se posicionado contrário a esse tipo de medida.

Sensível à angústia dos docentes, cujos salários têm sido cada vez mais desvalorizados pela inflação e pela política de arrocho do governo Lula, o Andes-SN vem alertando a categoria para a necessidade de mobilização pela continuidade da negociação, já que o governo impôs um termo de acordo assinado apenas pelo Proifes, que se autoproclama representante dos docentes das instituições federais de ensino superior.

Em nota divulgada na semana passada, o Setor das Ifes do Sindicato Nacional enumerava diversos pontos negativos da MP 431: reestruturação da carreira do ensino superior e criação de uma nova carreira para os docentes do ensino básico, ao contrário da unificação reivindicada há anos pelos docentesd+ escalonamento do reajuste em três anos, “a fim de escamotear que ele não recupera a defasagem salarial decorrente de perdas acumuladas”d+ mantém a política de gratificações e rebaixa os vencimentos básicos (VB) – este ano, o piso dos professores continuará sendo R$ 147,00d+ e desrespeita o princípio da isonomia ao estabelecer valores para titulação sem critérios objetivos por meio da Gratificação Remuneração por Titulação  (RT).

Alem dos aspectos citados acima, com a edição da MP 431/08, o governo declara encerrada qualquer negociação até 2010 sem garantia de que os valores impostos à categoria sofrerão correção monetária.

Com informações do Andes-SN e da Agência Senado