Acusações, interpretações, simplificações, verdades…

Reações já eram esperadas, afinal toquei numa ferida que parece, virou tabu: o encaminhamento dado à recuperação da URP.

Acusações à maioria dos membros da diretoria da APUFSC não faltam. Somos um bando de irresponsáveis, desonestos e tudo mais de ruim que se possa ser. Aprendi na Ecologia que todas as coisas que estão no mundo se relacionam e convido os colegas a começarem a estabelecer relações do grau de virulência com as origens dos seus ataques. Claro que admito erros, afinal, é fazendoPara que os colegas possam avaliar a situação de forma mais equilibrada, arrolo alguns fatos.

1. É verdade que o Professor Armando iniciou a reunião do último dia 13 de agosto, após um longo período sem contato com a diretoria, praticamente o mês todo de julho, em função de férias e outros compromissos, dizendo que “não vejo mais sentido em vir para as reuniões”, fazendo alegações tão inconsistentes  que não vale a pena citar. Apresentou como forma de “cumprir com nobreza o resto do mandato”, palavras suas, dois itens a serem tocados por esta diretoria: URP e MP 431.

2. Quem fica na Apufsc todos os dias recebendo solicitação de informações sobre estes dois itens precisa dar respostas precisas e consistentes, mesmo que estas não acrescentem muito mais do que sai nos Boletins. No caso da MP 431, tem saído periodicamente matérias sobre o assunto que estão no Boletim, em nossa página na internet e no site do Andes-SN. Com relação à URP, já não posso dizer o mesmo, pois ficamos todos os demais membros da diretoria, desde a AG de 17/06 até nossa reunião do dia 30/07, sem nenhuma informação sobre o andamento da ação pela recuperação da URP. E foi exatamente para suprir esta lacuna que a diretoria encaminhou ao escritório de advocacia Schaefer Eampd+ Picanço, o ofício nº 38/08 pedindo esclarecimentos, uma vez que o professor Armando antes de viajar não nos deu nenhuma orientação sobre o caso. Aliás, nem nos comunicou que ia viajar. Através de contato telefônico, o Dr. Schaefer me adiantou que não poderia comparecer à Apufsc em função de compromissos inadiáveis. Nesse momento, solicitei que nos fizesse um breve resumo do andamento da ação para publicarmos no Boletim, o que foi prontamente atendido e publicado no Boletim nº 647 de 4 de agosto.

3. Em seguida, analisamos aquela matéria e começaram a surgir questionamentos sobre a mesma. Fico admirada quando o meu crítico tenta subestimar nossa capacidade lançando dúvida sobre a formulação das perguntas. Professor universitário que não sabe expressar suas dúvidas, não deveria estar exercendo a profissão. Professor Finco, o senhor já dirigiu esta mesma pergunta ao presidente da Apufsc, já que ele também não é da área jurídica? Há algum problema em ser assessorado por especialistas? O que deveria estar em questão é se as perguntas estão mal formuladas, incompletas ou se deixaram de atender alguma demanda.

4. Gostaria que alguém me provasse que “impropriedade de se fazer questionamentos públicos” ou “inconveniência destes questionamentos”, não são apenas expressões da conveniência do professor Finco. Em nenhum momento o escritório de advocacia Schaefer Eampd+ Picanço nos alertou para que não fizéssemos mais questionamentos ou que não publicássemos alguma coisa. Pelo contrário, se mostrou disponível para nos manter informados, como sempre tem feito diretamente ao presidente e seus convidados, dos quais não se inclui nenhum membro da diretoria.

5. Sendo assim, finalizamos tais perguntas na reunião do dia 6 de agosto (quarta-feira) e as enviamos por e-mail para o advogado, para que, assim que chegassem as respostas, fosse tudo publicado no Boletim de 11 de agosto. Entretanto, estas não chegaram para a assessoria de imprensa e, sim, diretamente para o presidente.

6. O que aconteceu na reunião da diretoria do dia 13 de agosto está relatado em matéria que publiquei no Boletim nº 649. Se os advogados responderam às nossas questões, porque então não divulgar as suas respostas? Existe alguma lógica para isto? Isto não é censura? Alguém tem o direito de reter informação aos sindicalizados? Não é do caixa deste sindicato que está saindo toda a despesa com a luta para recuperação da URP? Aliás, vocês têm conhecimento deste montante? Pois é, já são mais de R$ 300 mil. Sem contar as multas que o juiz aplicou à Apufsc e que não foram pagas e nem sabemos se houve recurso para sustar mais este golpe. Alguns acharão que é até pouco em relação ao que representará se ganharmos aquela ação, embora cada um de nós vá ter de arcar com outras despesas conforme prevê o contrato feito com esse escritório. Lembro que este contrato foi ratificado na AG de 17/06, depois do presidente já ter autorizado o Dr. Bermudes e o Dr. Schaefer a preparar o Mandado de Segurança (Boletim nº 642, pg.3). Para os que não puderam ir à AG e quiserem tomar conhecimento deste documento, ele está disponível na Apufsc. Não tenho nenhum interesse maquiavélico em atrapalhar nada, apenas compromisso com a verdade e a transparência.

7. Na minha ótica, somente uma categoria bem informada, esclarecida e consciente terá condições de superar o difícil momento em que vivemos. Sou acusada de atrapalhar, mas quem ajuda? Os que omitem informação? Os que não aparecem em nenhuma manifestação em prol da URP? Os que jogam no assédio moral com os colegas e até mesmo com os nossos funcionários do sindicato, deixando-os em total estado de estresse?

8. Já que “do ponto de vista jurídico não há mais nada a se fazer, a não ser esperar”, para que serve então “tomar outras atitudes (reitoria, Fórum Catarinense de Parlamentares…)”? Tudo isto já não foi feito? Alguém acredita que o Judiciário será sensível a essas interferências? Parece-me que o professor Finco que ora me critica, não demonstra ser muito crédulo a esse respeito, pelo menos é o que revela no seu artigo “Juízes e Juízes” publicado no Boletim nº 647, por sinal, muito bem escrito.
Por fim, aconselho aqueles que me criticam a serem mais criteriosos e justos. Fico muito surpresa com o fato de que alguém, sendo da área de comunicação, possa justificar a censura.