Carta de Desagravo

Prezado Pró-Reitor,

Os colegas Henrique Finco e Fábio Lopes emitiram artigos de opinião publicados no Boletim da Apufsc questionando as vossas tratativas no exercício da Pró-Reitoria de Desenvolvimento de Recursos Humanos vinculadas à supressão da URP dos nossos salários. Aquelas opiniões eram pertinentes às atitudes do Pró Reitor de Desenvolvimento de Recursos Humanos, e não ao cidadão Luiz Henrique. 

Ao invés de responder no mesmo órgão, o que lhe permitiria corrigir possíveis danos na devida proporção, vossa “resposta”, em primeira instância, foi a de processar estes professores na justiça comum, suprimindo etapas importantes do diálogo, acuando os professores com um processo judicial. Ora, se é intrínseco à vida civilizada dirimir controvérsias à luz do diálogo, o debate é muito mais presente na esfera acadêmica. Assim, violou-se o princípio constitucional da autonomia universitária, como se a comunidade da UFSC não fosse capaz de dirimir suas próprias controvérsias.

Trata-se de uma “resposta” desproporcional, e que não apenas compromete a gestão do aperfeiçoamento humano em nossa UFSC, mas também perturba o convívio universitário. 

Este gesto de força desmedida ofendeu, não apenas a liberdade de opinião dos professores envolvidos, mas se constitui em uma ameaça a qualquer docente que queira livremente emitir sua opinião.

Entendemos ser o conjunto dos professores que foi agravado pelo vosso processo, senhor Pró-Reitor e não, apenas, dois de nossos professores. Nosso desagravo busca reparar uma ofensa a toda a nossa categoria. Ele vem em defesa do Professor da UFSC. 

Com o Ato de Desagravo buscamos restabelecer o equilíbrio de forças, pois afirmamos que estaremos ao lado de cada professor que for aviltado no seu direito de se manifestar livremente e de lutar pela integralidade do seu salário, que ele nunca se encontrará individualizado e fragilizado.

Este é um ato em defesa da cidadania universitária e da mais ampla liberdade de expressão, matéria prima para o bom desempenho de nossas atividades como docentes. 

Queremos que questões acadêmicas sejam resolvidas no âmbito acadêmico e que as esferas políticas e administrativas se esgotem antes do constrangimento judicial.

Apelamos, mais uma vez, para que V. Sa. reconsidere e retire o controvertido processo, restabelecendo o convívio e a harmonia em nossa comunidade.

Educar é um ato de liberdade. A liberdade deve ser respeitada e não  penalizada, sobretudo no olimpo da ciência e do conhecimento que é a universidade. Saudações universitárias.

Diretoria da Apufsc