Segredo do novo exame é o modelo matemático

O segredo por trás do novo Enem é um modelo matemático que atende pelo nome de Teoria de Resposta ao Item (TRI). Desenvolvida nos anos 50 e 60, a TRI promete testes mais refinados, que permitem comparar alunos submetidos a provas diferentes e a performance de uma mesma instituição ao longo dos anos.

É a metodologia usada em provas já consagradas como o SAT (o Enem dos EUA) e o Pisa (usado para comparar sistemas de ensino de diferentes países). A ideia central é que cada questão ou item possui duas características especialmente relevantes: o grau de dificuldade e o de discriminação.

Parâmetros
Se a pergunta for fácil, será respondida por quase todos os que estão mais preparados e por parte dos que se mostram menos preparadosd+ se for difícil, será respondida somente por alguns dos mais hábeis.

Já a discriminação traduz a eficácia com que o item distingue entre os mais e os menos competentes.

O que a TRI faz é reunir esses dois parâmetros em um modelo matemático que permite atribuir a cada candidato uma pontuação que leva em conta não só os acertos como também o grau de dificuldade de cada questão e a coerência nas respostas.

Com isso, nem todos os estudantes recebem os mesmos pontos pelos mesmos acertos. Um aluno que acertar uma questão difícil, sem ter resolvido um número razoável de outras mais fáceis, receberá por aquele acerto uma pontuação menor do que o aluno que tenha demonstrado coerência ao longo de toda a prova.

Evidentemente, o sistema precisa ser calibrado tanto para o grau de dificuldade como para o de discriminação de cada item. Uma série de testes com alunos de faculdade e das séries iniciais do ensino médio permitirá que o MEC forme grandes bancos de questões. A própria sucessão de exames refinará ainda mais o sistema.