Futuro da Furb depende do relatório de comissão

Independentemente se a Furb será ou não absorvida pela Universidade Federal do Vale do Itajaí (UFVI), Blumenau terá uma universidade pública federal. Foi o que garantiu ontem no início da noite a senadora Ideli Salvatti (PT). Ela esteve na cidade para participar de uma reunião que costurou as possibilidades de parcerias entre a Furb e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense.

– O meu compromisso foi garantir que Blumenau e o Vale do Itajaí tivessem ensino público federal gratuito. Se a UFVI vai absorver a Furb, parte da Furb ou começar do zero, isso quem decidirá é a comissão – afirma Ideli.

A comissão – a que se refere Ideli – está sendo formada para fazer estudos técnicos e apresentar qual a melhor maneira de constituir a UFVI. Uma das formas é absorver a Furb. Todas as possibilidades jurídicas, orçamentárias e pedagógicas serão avaliadas. A partir da conclusão dos trabalhos, serão definidos os próximos passos para iniciar a efetivação do projeto.

Para o presidente do Comitê Pró-Federalização, Valmor Schiochet, a forma como será concebida a universidade precisará de discussões em todas as 14 cidades que fazem parte da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí.

– Queremos despoluir politicamente a questão e debater muito o projeto com a comunidade – diz Schiochet.

No projeto de lei que cria a UFVI, segundo a senadora, os funcionários da Furb não foram citados para evitar que o projeto recebesse veto com a justificativa de inconstitucionalidade. A simples transferência não é possível, pois a Constituição define que funcionários públicos federais podem ser contratados somente mediante concurso público.

Para o reitor da Furb, Eduardo Deschamps, um dos principais desafios da comissão é encontrar meios jurídicos para que os cerca de 800 servidores concursados da universidade blumenauense sejam absorvidos. Para Deschamps, uma das possibilidades é a cedência destes funcionários à instituição federal.

– Assim a prefeitura não teria um baque no orçamento tendo que bancar todos os salários sozinha. Aos poucos, quando forem se aposentando, é que os funcionários concursados municipais serão substituídos por concursados federais – explica Deschamps.

Texto publicado no dia 23 de abril de 2010