Presidente esclarece deliberações da Apufsc sobre greve em coletiva de imprensa

“Estamos à disposição de vocês. Sem restrições, sem limites, sem qualquer tipo de constrangimento”. Foi com essas palavras que o presidente da Apufsc, Carlos Mussi, deu as boas vindas aos jornalistas convidados à coletiva de imprensa realizada no auditório da sede, em 22 de junho, um dia após a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) dos docentes federais. A reunião foi marcada com o propósito de tirar as dúvidas dos jornalistas sobre o que foi deliberado.

Perguntado sobre o estágio das negociações, Mussi reforçou a necessidade de conhecer o histórico para entender as decisões: “O acordo vem sendo conduzido desde meados do ano passado, sob liderança do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) e teve duas etapas. A primeira foi o reajuste de 4% que, depois de negociado, teve encaminhamento como Projeto de Lei (PL) com o valor de 3%. Para retificar o erro, o governo retirou o PL e criou uma Medida Provisória que acabou por instituir algo que não estava no acordo: o congelamento dos valores de periculosidade e insalubridade”, explicou.

A segunda etapa da negociação é referente à carreira dos professores. Nesse quesito, são três os pressupostos: a equiparação com a carreira dos servidores do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a discussão sobre os professores inativos (que representam 48% dos filiados à Apufsc) e o estabelecimento de critérios de progressão funcional. Sobre os aposentados, Mussi ressaltou que “foram eles que construíram a UFSC e não se pode pura e simplesmente abandoná-los”.

O presidente ainda esclareceu que “a Apufsc não tem uma proposta salarial porque a determinação de um valor depende de uma condição que foge ao controle do Sindicato”. Mussi se refere ao orçamento disponível para a Educação e a distribuição feita pelo MEC entre as Instituições Federais de Ensino. O que o Sindicato defende é o princípio da equiparação com o MCTI.

Aos estudantes de jornalismo presentes na coletiva, Mussi ainda esclareceu que os professores escolheram a data, 11 de julho, para que a conclusão atividades do semestre fosse possível: “é uma forma de respeitar os alunos e a sociedade catarinense. Também é uma data-limite a partir da qual não se aceitará protelação do governo”.

Votação

A votação para a adesão ou não à greve aconteceu no dia 21 de junho e fez parte da AGE. Em 21 urnas espalhadas pela Apufsc e centros de ensino da Universidade, 693 docentes depositaram cédulas e, com 54,96% dos votos, decidiram iniciar a greve no dia 11 de julho, caso não haja proposta do governo nesse ínterim. Votos desfavoráveis à greve representaram 43,45% e os votos brancos e nulos foram equivalentes a 1,57%.

Estágio da negociação

Alegando envolvimento com a Conferência Rio+20, o Governo Federal adiou o encontro com a categoria, que estava marcado para o dia 19 de junho, quando seria apresentada uma proposta do governo para contemplar as demandas dos professores. “Esperamos que até o início da greve o governo apresente uma proposta para que estudemos coletivamente a fim de deliberar, ou não, um movimento permanente de paralisação”, comenta Mussi.