Transporte coletivo e via de acesso são os principais problemas da UFFS de Chapecó

Funcionando em sede própria desde agosto de 2013, o campus em Chapecó da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) ainda não conta com toda a infraestrutura necessária para o pleno desenvolvimento das atividades. Até o momento, apenas dois prédios estão concluídos, onde funcionam as salas de aulas, salas de coordenações de cursos e da administração, uma pequena biblioteca e uma cantina. Falta, ainda, a conclusão dos blocos que irão abrigar as salas dos professores, a biblioteca, a TI e os laboratórios. Por isso, muitas das atividades ainda estão sendo desenvolvidas em prédios alugados no centro da cidade, como os laboratórios de ensino e as salas dos professores.

Ocorre que o campus está localizado a mais de 15 km do centro de Chapecó e, segundo os professores, o atendimento acaba sendo prejudicado porque, enquanto os alunos estão na sede, os professores estão no centro da cidade e só vão ao campus nos dias e horário das aulas. Se um aluno precisar tirar alguma dÚvida ou fazer consulta fora do horário de aula ao professor, precisará esperar ele chagar no campus ou se deslocar até o centro da cidade para ser atendido. O que não é fácil, já que o sistema de transporte público que atende a universidade é precário, com poucos ônibus e horários.

De acordo com os representantes da Apufsc-Sindical na UFFS, além desses problemas, há falta de docentes em quase todos os cursos oferecidos pela Universidade. O concurso realizado este ano, segundo eles, não foi suficiente para suprimir a demanda.

Mas os maiores problemas apontados pelos docentes e alunos estão relacionados ao transporte público e com a via de acesso ao campus. Eles relatam que não há ônibus suficiente para atender os quase três mil alunos, 200 professores e 60 técnicos administrativos. Nos horários de pico, os veículos já saem lotados do terminal central e, por isso, não param para pegar mais passageiros no decorrer do caminho, deixando muitos usuários nos pontos. A solução apontada é colocar mais veículos para atender a demanda. O Diretório Central dos Estudantes (DCE) já fez vária reuniões com a empresa responsável pela linha, mas até o momento não foi apresentada nenhuma solução. A empresa exige um estudo técnico do número de usuários para aumentar a quantidade de horários e veículos, o que, segundo os estudantes, já foi apresentado várias vezes.

Nos horários de pico, leva-se mais de uma hora para chegar ao compus. Além disso, o acesso principal à Universidade não está pronto e a estrada provisória não é asfaltada, causando muitos transtornos, com poeira nos dias de sol e lama nos dias de chuva. O plano diretor prevê um acesso com vias duplicadas, ciclovias e calçadas para pedestre, mas, um impasse entre a UFFS e a Prefeitura Municipal de Chapecó dificulta a viabilização da obra, orçada em R$ 8 milhões.

Professores e, principalmente, alunos, reclamam, ainda, da falta do Restaurante Universitário (RU). No momento, eles são atendidos por uma pequena cantina que serve almoço com preços mais baratos, mas que não comporta o atendimento nos horários de pico, ficando superlotada.

Para o diretor do campus, Juliano Paccos Caram, “hoje estamos bem melhor do que no passado”. De acordo com ele, o ideal é que tudo estivesse funcionando no campus definitivo para atender a demanda dos 11 cursos de graduação oferecidos pela instituição. O bloco que vai abrigar as salas dos professores, afirma Caram, deve ficar pronto em julho deste ano, com espaço para dois docentes por sala. O prédio da biblioteca também deve ficar pronto no segundo semestre. Mas, segundo ele, a atual já atende as necessidades da comunidade universitária, mesmo sendo num local pequeno e com falta de locais de estudo. Outra promessa é de que o bloco que vai abrigar os laboratórios também fique pronto ainda em 2014.

O diretor não reconhece que há falta de professores, mas afirma que a quantidade de profissionais hoje está no limite e que a abertura de um novo concurso depende da autorização do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), o que não está previsto em curto prazo.

Quanto aos outros problemas, Caram destaca que o RU já está com todos os equipamentos necessários para o funcionamento comprados e a previsão é que ele comece a funcionar em agosto. A ideia, segundo ele, é fazer parceria com os agricultores familiares da região para o fornecimento de alimentos. O estudo para a viabilização já está sendo feito. Já em relação ao transporte público, o diretor destaca que foram realizadas várias reuniões com a empresa concessionária, que a cada encontro exige novos estudos de demanda para melhorar o atendimento. Sobre o acesso ao campus, ele reconhece que há um conflito entre a Universidade e a Prefeitura desde 2009. Segundo Caram, o Executivo questiona o porquê da construção do campus num local tão distante. Ele lembra que o terreno foi doado por um empresário do município e que a UFFS não iria negar somente distância da cidade. Ele afirma que várias reuniões entre prefeitura e Universidade foram realizadas sem que o problema fosse resolvido.