Em outro tweet polêmico, Bolsonaro critica gastos na educação e promete mudar as “diretrizes educacionais do país”

Nesta segunda-feira (04/03), durante o Carnaval, o Presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta oficial do Twitter uma série de mensagens sobre a educação no Brasil.

Em seus tweets, o Presidente da República afirma que o “Brasil gasta mais em educação em relação ao PIB que a média de países desenvolvidos” e que “há algo de muito errado acontecendo”.

Embora não forneça maiores detalhes, Bolsonaro indica que apurações iniciais levantaram a suspeita de que “ a máquina está sendo usada para manutenção de algo que não interessa ao Brasil.”

De acordo com o presidente, a situação será investigada pelo Ministério da Educação em parceria com o Ministério da Justiça, Polícia Federal, Advocacia e Controladoria Geral da União, que criaram a “Lava-Jato da Educação”.

Os dados divulgados e a postura de Jair Bolsonaro foram alvos de críticas na internet. O Doutor em Educação Gregório Grisa, Professor do Instituto Federal do Rio Grande do Sul, publicou no mesmo dia uma análise contrapondo as informações publicadas no Twitter, na qual apresenta dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP).

No texto, ele afirma que utilizar a porcentagem do PIB – como fez Bolsonaro – como indicador do investimento educacional é arriscado. Para Grisa, o mais adequado e seguro é ter como referência o gasto por aluno, ou ainda o gasto total dividido pela população total em idade escolar. Analisando dessa forma, o investimento do Brasil fica muito abaixo dos países desenvolvidos.

Para o professor, a prioridade do MEC deve ser estudar formas de descentralização de recursos, de ampliação da participação do governo federal no FUNDEB e a instituição de mecanismos pautados em metas e resultados.

O anúncio da “Lava Jato da Educação” foi feito menos de uma semana após a polêmica solicitação do MEC, que pedia aos diretores de escolas para gravarem os estudantes cantando o hino nacional e lerem uma mensagem com o slogan da campanha do Presidente eleito.

O Ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, retirou o pedido após a repercussão negativa, apagando o slogan, mas mantendo o convite para que as escolas que desejassem, poderiam enviar um vídeo desde que ele fosse autorizados pelos pais dos estudantes.

Leia a análise de Grisa na íntegra aqui.

Leia mais: Folha de São Paulo

Leia mais:  Estadão

C.G/ E.M