Possível corte de bolsas do CNPq ameaça pesquisa da UFMG de combate ao vírus da dengue

“Construir leva tempo. Destruir é muito fácil”, disse o professor João Trindade Marques, do Departamento de Bioquímica e Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), sobre o possível corte de bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em setembro. Dos 14 estudantes do laboratório, oito dependem do benefício.

O CNPq anunciou  no dia 15 de agosto que suspendeu a assinatura de novos contratos de bolsas de estudo e pesquisa. O Ministério da Ciência e Tecnologia também admitiu que há risco de que as bolsas fiquem sem pagamento em setembro.

O professor João Marques coordena uma pesquisa que estuda a transmissão do vírus da dengue. Ela identificou o gene Loqs2, presente apenas em mosquitos do gênero Aedes. A descoberta pode ajudar a criar mosquitos geneticamente modificados, incapazes de transmitir a doença.

“São dez anos de pesquisa. E as possibilidades são imensas. Chegamos a um estágio importante, e tudo isso pode acabar no mês que vem. É uma tragédia”, relatou o professor. As bolsas dos oito pesquisadores que fazem parte da equipe são de dedicação exclusiva.

A pesquisa também é financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), que suspendeu parte dos recursos em fevereiro por causa da crise financeira do estado. Houve suspensão de R$ 2,5 milhões destinados a bolsas de iniciação científica e de cerca de R$ 13 milhões para projetos liderados por professores em toda a UFMG.

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