“Enquanto a ciência nos amparar, enquanto houver vidas a proteger, vamos seguir enfrentando os oportunistas”, diz Ubaldo

Reitor da UFSC divultou hoje uma nota em que explica a decisão sobre a continuidade do ensino remoto

O reitor da UFSC Ubaldo Cesar Balthazar publicou nesta segunda-feira (16), uma nota em que explica a continuidade da suspensão de atividades presenciais na universidade. “Enquanto a ciência nos amparar, enquanto houver vidas a proteger, vamos seguir enfrentando os oportunistas”, disse no texto.

A Universidade tomou a decisão, na última semana, de manter as atividades remotas até 22 de maio. O colunista Cacau Menezes se posicionou sobre a media, com informações descontextualizadas e que não refletem a realidade. “Um ano e meio de ‘férias” não é mesmo para qualquer um. Voltam em maio e em junho entram em greve”, escreveu.

A Apufsc notificou o jornalista e o jornal Notícias do Dia cobrando um direito de resposta no prazo de sete dias. Leia mais aqui.

Confira a nota do reitor na íntegra:

Uma decisão responsável: a continuidade do ensino remoto

Estamos impressionados com o prestígio que tem a tese de que a pandemia provocada pelo Coronavírus não passa de uma “gripezinha”. Setores de nossa sociedade insistem, até de forma leviana, em contestar decisões da UFSC voltadas à preservação de vidas como se estivéssemos diante de um problema menor, de fácil solução e nos atribuem papéis nada abonadores.

Decidimos, sim, pela continuidade do ensino remoto! Não porque queremos prolongar “férias”. Aliás, que afirmação infeliz…

Ou porque estamos na contramão de outras universidades, comparando-nos com instituições distintas, de natureza totalmente diversa da nossa. Alguns desses críticos, temos certeza, não têm a menor ideia do que seja uma UNIVERSIDADE, principalmente uma Universidade pública, que busca a qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão atendendo a diversidade de seu corpo discente, docente e técnico administrativo.

Outros a conhecem bem, mas preferem o discurso adesista da hora, em que falar mal das Universidades, difamar o ensino público e desqualificar nossos pesquisadores, técnicos e estudantes, lhes rende os tais “15 minutos de fama”.

Que fique bem claro que nos pautamos pela cautela, pela seriedade e pela responsabilidade, sem buscar os holofotes dessa fama fugaz. Responsabilidade, aliás, que vem ajudando a construir nossa cidade e nosso estado há 60 anos. Evito muito separar a sociedade entre o chamado “setor privado, produtivo” e o “setor público, improdutivo”. Há aí uma falsa dicotomia.

Como se apenas o que é privado produz riqueza para a nação, e o que é público, não o fizesse. Ora… basta que se apure o quanto da UFSC está presente, desde 1960, no tal “setor produtivo”. Quanta tecnologia, inovação, processos e pessoas, gerados e formados na UFSC, contribuíram para tornar “produtivo” esse setor.

Temos um compromisso com cada estudante, cada técnico, cada docente, cada família que em nós deposita a esperança da inclusão, da formação superior, do acesso ao conhecimento, para seus filhos e filhas. Nosso compromisso não é com opiniões rasas, simplórias, excludentes, preconceituosas, veiculadas com base em falsas informações. Já há, infelizmente, uma massa cada vez mais ignorante da realidade da vida universitária a prestar tal desserviço.

Enquanto a ciência nos amparar, enquanto houver vidas a proteger, vamos seguir enfrentando os oportunistas. E nos posicionar, sempre que necessário, apoiados na ciência também produzida em nossa Universidade. Decisões tomadas com sabedoria, conhecimento e responsabilidade!