Política econômica está condenando País ao atraso, acusam ex-ministros da CT&I

Os antigos dirigentes e representantes da comunidade científica lançaram manifesto, mostra Jornal da Ciência

A ortodoxia liberal do governo Jair Bolsonaro está na raiz do desmonte das instituições de ensino e pesquisa, cortes de bolsas de estudos e do desenvolvimento científico e tecnológico do País.

Esse foi o alerta dos signatários do manifesto “Em defesa da Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação no País”, lançado nesta terça-feira (2) em evento virtual transmitido pelo canal da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) no Youtube.

Lido pelo ex-ministro (entre 2005 e 2010) Sergio Machado Rezende, o documento aponta a grave crise e ameaça de desmonte das instituições ligadas ao Sistema Nacional de Ciência Tecnologia e Inovação (SNCTI). O manifesto também chama a atenção da sociedade para as consequências dos profundos cortes orçamentários propostos pelo governo para 2021 e a descontinuidade de programas estratégicos, que levarão, na visão deles, a um retrocesso sem precedentes na história das políticas nacionais.

Além de Rezende, o Manifesto foi assinado pelos ex-ministros de CT&I José Goldemberg, José Israel Vargas, Luiz Carlos Bresser-Pereira, Ronaldo Sardenberg, Roberto Amaral, Aloizio Mercadante, Marco Antônio Raupp, Clélio Campolina, Aldo Rebelo e Celso Pansera. Seis deles estavam presentes ao evento virtual.

“O Brasil é um país que está semi-estagnado há 40 anos”, afirmou o economista Luiz Carlos Bresser-Pereira. Ex-ministro da Fazenda (1987), da Reforma do Estado (1995-1998) e da CT&I (1999), Bresser-Pereira disse que o País vive um grande atraso, resultado de erros cometidos por “economistas e políticos” na condução dos governos nas últimas décadas. “A ortodoxia liberal tem sido a causa desse atraso”, completou.

É a mesma avaliação de Aloísio Mercadante, ex-ministro da CT&I (2011 e 2012), da Educação (2012-2014 e 2015-2016) e da Casa Civil (2014-2015), para quem o sistema de CT&I brasileiro está insustentável com o orçamento estrangulado pelo Teto de Gastos (Emenda Constitucional 95). “Isso é produto de uma visão neoliberal e uma ortodoxia fiscal permanente, provocada pela Emenda Constitucional 95 que esse país terá que revisitar”, reiterou.

Leia na íntegra: Jornal da Ciência