Cientistas lançam campanha de mobilização pela emergência da fome no país

Pesquisadores de universidades públicas brasileiras de todas as regiões do País se uniram à campanha

Pesquisadores de diversas universidades públicas brasileiras se uniram na campanha Coalizão contra a fome – a ciência de mãos dadas com a cidadania, iniciativa que visa à mobilização pela emergência da fome no Brasil. Em ações realizadas pelas redes sociais, o grupo busca incentivar as pessoas a contribuírem com Organizações Não Governamentais (ONGs) que atuam no combate à fome – problema agravado durante a pandemia. A organização é da Coalizão Ciência e Sociedade, que trabalha na divulgação de informações científicas na área socioambiental, buscando subsidiar a avaliação de políticas públicas no Brasil. 

A campanha foi lançada em 15 de abril com um vídeo do professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) Paulo Artaxo, que estuda as interações entre a floresta amazônica e as condições atmosféricas e climáticas. “A fome voltou ao Brasil com muita força, dados recentes mostram que pelo menos 19 milhões de pessoas no nosso país estão passando fome, e cerca de 55% dos domicílios têm algum aspecto de insegurança alimentar”, destaca o cientista. Artaxo alerta que se trata de uma emergência que precisa de reação forte da sociedade e que o auxílio emergencial é insuficiente para alimentar uma família ao longo do mês. “Além de fazer ciência, temos que fazer ciência cidadã, ajudando a mitigar esse problema da fome”, afirma.

No vídeo lançado nesta segunda-feira, 19, Michele Dechoum, docente do Departamento de Ecologia e Zoologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), enfatiza: “A pandemia de Covid-19 tem acentuado desigualdades, a fome e a miséria no Brasil. Tanto a redução do valor quanto da cobertura do auxílio emergencial, somado ao aumento da taxa de desemprego e ao aumento do preço dos alimentos, tem gerado um aumento vertiginoso da fome no nosso país”. Em outro vídeo, Mercedes Bustamante, professora da Universidade de Brasília (UnB) e coordenadora da Coalizão Ciência e Sociedade, lembrou que o problema da fome é particularmente crítico em lares chefiados por mulheres: “A fome agrava a questão da desigualdade de raça e gênero no Brasil”.

Além de Michele, a UFSC é representada na Coalizão pelo professor do Departamento de Ecologia e Zoologia Sergio Ricardo Floeter.

Como doar

A campanha divulgou uma lista de organizações que recebem doações de alimentos e trabalham na distribuição junto às populações vulneráveis:

Atuação em todo o Brasil:

Região Sudeste

Região Norte

Região Nordeste

Região Centro-oeste

Região Sul 

Acompanhe as ações da Coalizão Ciência e Sociedade:

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Fonte: Notícias UFSC