Escassez de vacinas e falta de infraestrutura dificultam volta às aulas na América Latina

A região que registra mais dias sem aulas presenciais no mundo retorna pouco a pouco à normalidade, mas com grandes diferenças entre países, aponta o El País

Escola sem água; salas de aula mal ventiladas ou muito pequenas para garantir a distância social exigida pela pandemia; professores esgotados e mal pagos; falta de vacinas e sistemas de saúde deficientes; grandes extensões selvagens ou montanhosas sem acesso à internet. A lista de desafios que a volta às aulas na América Latina enfrenta é enorme. Em seu relatório regional de abril, o Unicef (fundo da ONU para a infância) dizia que até 31 de março apenas 8 países tinham suas escolas totalmente abertas (Costa Rica, Nicarágua e seis ilhas do Caribe), enquanto outros 10 as mantinham fechadas (entre eles México, Venezuela e Peru) e 18 as tinham parcialmente abertas (Argentina, Chile, Colômbia, Bolívia, Paraguai e Equador, entre outros).

“Três de cada cinco meninos e meninas que perderam um ano escolar no mundo durante a pandemia vivem na América Latina e no Caribe”, alertou o Unicef. Cinco meses depois, a região tenta reverter essa realidade, embora com grandes diferenças entre países.

No Brasil, duas velocidades

O Brasil ficou 13 meses com as salas de aulas fechadas. Desde o início de agosto, as escolas públicas começaram a ser reabertas em quase todos os Estados; os que faltam esperam fazer isso em setembro. Não existe, no entanto, uma regra única para a volta, em um país enorme onde os Estados têm muita autonomia. Algumas capitais, como Manaus, retomaram totalmente o ensino presencial, enquanto outras, como Fortaleza, têm um modelo híbrido, com os alunos se revezando e fazendo parte das atividades a distância. De qualquer forma, as aulas presenciais ainda não são obrigatórias para os estudantes, e vários governadores optaram por estabelecer capacidades máximas para garantir a distância entre os alunos. Na cidade mais populosa do país, São Paulo, 64% dos estudantes já frequentam aulas presenciais, enquanto 36% ainda estão em atividades online.

Leia na íntegra: El País