Sob suspeita de influência de pastores, MEC tem mais de 3,5 mil obras escolares atrasadas que já custaram R$ 1,3 bilhão

155 já foram declaradas canceladas, com R$ 21 milhões desperdiçados. Outras 1.831 estão inacabadas, 348 estão paralisadas e 564 seguem em execução, afirma o Globo

Enquanto o Ministério da Educação (MEC) está sob suspeita de definir as prioridades de liberação de verbas por indicação de pastores evangélicos que não têm vínculo oficial com a pasta, o Brasil tem mais de 3,5 mil obras escolares atrasadas. Isso significa que um a cada cinco contratos firmados entre 2008 e 2021 já passou da data de entrega sem que o trabalho tenha sido concluído. Juntas, essas obras consumiram R$ 1,3 bilhão. Entre elas, estão construções, ampliações e reformas de creches, escolas e quadras esportivas.

Dessas 3.513 obras, 155 já foram declaradas canceladas, com R$ 21 milhões desperdiçados. Outras 1.831 estão inacabadas, termo usado quando a vigência do contrato se encerra sem a entrega do trabalho completo. Além disso, 348 estão paralisadas e 564 seguem em execução. Os dados são do Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

O FNDE tem R$ 45 bilhões em recursos em 2022. Presidido por Marcelo Lopes da Ponte, nome ligado ao Centrão do Congresso, é responsável por uma série de transferências de dinheiro da União para estados e municípios. Parte delas é obrigatória e tem destino definido, como o Fundeb e os programas para transporte escolar e merenda.

No entanto, há uma parcela que o Ministério da Educação pode definir para onde vai e quem recebe. É nesse momento que a influência política e, atualmente, religiosa, atua.

Leia na íntegra: O Globo