É preciso rever o corte na verba das universidades

Editorial do jornal O Globo alerta para risco das instituições federais pararem por falta de dinheiro para pagar contas básicas

Feitos com o intuito de reduzir o prejuízo dos desvarios eleitoreiros do presidente Jair Bolsonaro noutras áreas, os cortes no orçamento das universidades federais poderão acarretar a paralisia delas antes do fim do ano. Como mostrou reportagem do GLOBO, ao menos 17 correm o risco de interromper atividades nos próximos meses por falta de dinheiro para pagar contas básicas, como luz ou água, serviços essenciais de manutenção predial, além de bolsas, auxílio estudantil, equipamentos e insumos. Em 2022, as federais perderam mais de R$ 400 milhões em recursos discricionários — verbas do Orçamento que podem ser remanejadas — destinados ao pagamento dessas despesas.

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), uma das maiores do país, já avisou que o dinheiro só dá até setembro. Se não houver uma recomposição orçamentária, terá de suspender contratos e parar atividades de ensino e pesquisa. A Federal de Lavras (Ufla), em Minas, teve de demitir 150 funcionários terceirizados que trabalhavam em limpeza, conservação e segurança. A manutenção também ficou ao léu na Federal de Alagoas (Ufal), que ainda se recupera dos estragos das tempestades de maio em Maceió.

Nas federais, os cortes são mais sentidos porque o orçamento discricionário já vinha em queda, apesar do aumento das despesas resultante da inflação. Em 2011, o total destinado a elas foi de R$ 12 bilhões. Em 2021, já caíra a R$ 4,4 bilhões, sob a justificativa de que as universidades passaram a funcionar com ensino remoto.

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