Mais ricos são os mais favoráveis a cortes no financiamento da ciência e universidades

Apenas 27% da elite brasileira defende o orçamento para o setor, enquanto pessoas mais pobres e negras são as que mais apoiam

As instituições públicas de educação superior vêm passando por reduções de orçamento desde 2015, e o quadro se agravou na atual gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL), chegando ao nível de colapso. As perdas com cortes orçamentários em fomento à pesquisa científica e tecnológica nos últimos sete anos chegam a R$ 83 bilhões, segundo o Observatório do Conhecimento.

No último mês, o governo federal anunciou um corte de R $3,23 bilhões do orçamento do Ministério da Educação, atingindo todos os órgãos ligados à pasta, como institutos e universidades federais. Além disso, R$ 35 bilhões que estavam vinculados ao Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia (FNDCT) foram desviados pelo governo para outras finalidades orçamentárias, como o pagamento da dívida pública.

Soraya Smaili, uma das coordenadoras do SoU_Ciência comenta que “justamente em função desses cortes e desvios de recursos, nosso centro de pesquisa correu para criar um Painel sobre o financiamento das universidades e da ciência no Brasil que traz dados impressionantes dos cortes de investimento, custeio e em unidades orçamentárias como o CNPq, Finep e Capes”.

O último levantamento nacional de opinião pública realizado pelo Centro SoU_Ciência, em parceria com o Ideia Big Data em julho de 2022 aponta que a maioria (62%) da população é contra os cortes da ciência e das universidades federais; enquanto apenas 11% da população se diz favorável aos cortes. Apesar de apenas 6% das pessoas entrevistadas declararem não ter conhecimento sobre os cortes, é preocupante que 22% dos entrevistados se mostrem indiferentes a essa questão.

Leia na íntegra: Unifesp