Após ataques, STF reabre plenário e vê retomada dos trabalhos como marco

Desde os atos que destruíram o edifício-sede, uma força-tarefa foi criada para restaurar o plenário da Corte, destaca o UOL

O Supremo Tribunal Federal (STF) trata como um marco histórico a retomada dos trabalhos nesta quarta-feira, dia 1º, quando o plenário da Corte será reaberto após ser invadido e depredado durante os atos golpistas de 8 de janeiro.

Segundo o UOL, tradicionalmente uma cerimônia que apenas registra o início do ano Judiciário, o evento deve ganhar “peso de posse” pelo STF. O tribunal espera receber ao menos 300 convidados, incluindo chefes dos Poderes, ministros de Estado e embaixadores estrangeiros.

A ideia é demonstrar um sinal de força, que o tribunal retomará os julgamentos diretamente do plenário, como sempre fez, mesmo após a destruição causada por radicais no início do mês.

Em discurso na abertura do Ano do Judiciário, a presidente do STF, Rosa Weber, destacou que os ataques de 8 de janeiro não abalaram a crença na democracia. Ela prometeu punição aos envolvidos nos atos criminosos.

“Os que a conceberam, os que a praticaram, os que a insuflaram e os que a financiaram serão responsabilizados com o rigor da lei nas diferentes esferas. Só assim, se estará a reafirmar a ordem constitucional, sempre com observância ao devido processo legal, resguardadas, a todos os envolvidos, as garantias do contraditório e da ampla”, disse. 

Rosa Weber classificou os ataques como “golpista e ignóbil, dirigido com maior virulência contra esta Suprema Corte”, praticados por uma “turba insana, movida pela irracionalidade e ódio”. Ela acrescentou que “possuídos de ódio racional, quase patológico”, os vândalos não apresentaram apreço pelo patrimônio público.

“[Mas] não destruíram o espírito da democracia. Não foram e jamais serão capazes de subvertê-lo porque o sentimento de respeito pela ordem democrática continua e continuará a iluminar as mentes e os corações dos juízes desta Corte Suprema”.

“As instituições físicas de um tribunal podem até ser destruídas, mas a elas sobrepaira – e se mantém incólume – a instituição do Poder Judiciário”, acrescentou.

No início da sessão, foi apresentado o vídeo intitulado Democracia Inabalada, produzido pela TV Justiça, que traz cenas dos vândalos destruindo o plenário do STF e o processo de limpeza e recuperação realizado posteriormente.

Com informações UOL e Agência Brasil