O que esperar do Congresso com a recondução de Lira e Pacheco

Parlamentares do PT e do PL consideraram o quadro das eleições, especialmente no Senado, como sinal de uma relação com margem de manobra estreita para o Executivo, destaca matéria do Globo

As reeleições de Arthur Lira (PP-AL) à presidência da Câmara e de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) à do Senado dão fôlego ao governo Lula (PT) para tocar as agendas prioritárias na área econômica e na reação a atos antidemocráticos, mas indicam uma oposição bolsonarista com capacidade de oferecer obstáculos, na avaliação de políticos e analistas ouvidos pelo Globo. Na eleição do Senado, considerada mais sensível por aliados do governo, Pacheco obteve o patamar exato de votos, 49, que é exigido para aprovação de emendas constitucionais, como a reforma tributária, uma das prioridades de Lula. A votação de seu adversário, Rogério Marinho (PL-RN), por sua vez, abre a possibilidade de que opositores do PT imponham derrotas ao governo por meio de mecanismos como obstruções ou requerimentos de CPIs.

Na Câmara, a votação recorde de Lira fortalece o parlamentar do PP, eleito ao comando da Casa em 2021 como aliado do então presidente Jair Bolsonaro (PL) e reeleito com apoio de Lula. Para o cientista político Antônio Lavareda, o resultado é uma vitória do próprio Lira mais que do governo, mas em condições que podem favorecer a agenda do Executivo.

“Lira sai bastante fortalecido, embora não tenha mais à disposição o orçamento secreto, nem a mesma influência na pauta do governo que havia quando seu aliado Ciro Nogueira estava na Casa Civil de Bolsonaro. É uma vitória óbvia, mas que não deixa o governo trôpego, especialmente também pela vitória no Senado”, avaliou Lavareda.

Leia na íntegra: O Globo