Reportagem da Folha de São Paulo mostra os impactos dos bloqueios de até 44% no orçamento das federaisd+ na UFSC, foi destacada a situação do Restaurante Universitário
De Norte a Sul do país, universidades federais relatam as dificuldades enfrentadas para manter seu funcionamento mesmo com o bloqueio de verbas efetuado pelo governo, que varia de 30% a 44% nas instituições. Na UFSC, a situação destacada na reportagem da Folha foi a do Restaurante Universitário, onde a restrição do uso aos alunos isentos chegou a ser determinada pela administração central mas depois foi revertida. Ainda que a reitoria tenha voltado atrás nessa medida, que deixaria sem o serviço cerca de 10 mil estudantes, o cardápio teve que ser adaptado.
“Mesmo que o preço da refeição tenha sido mantido em R$ 1,50, a crise aparece no prato do Restaurante Universitário da UFSC”, destaca a Folha. “O estoque de alimentos diminuiu. O bife foi trocado por picadinho de carned+ o frango, antes filé, agora vem desfiado. Ervilha e lentilha sumiram. Antes com frutas variadas, agora a sobremesa tem banana e laranja”.
O jornal lembra que a crise afeta o cardápio do restaurante da UFSC desde agosto, não apenas nos dois campi de Florianópolis, na Trindade e no CCA, mas também nos campi do interior, em Araranguá, Curitibanos, Joinville e Blumenau.
Confira as situações relatadas em outras federais:
UFMG
Em Minas, a professora Angélica Thomaz Vieira, 37, decidiu comprar com os próprios recursos camundongos e insumos para não afetar o laboratório de Microbiota e Imunomodulação na UFMG.
Ela aplicou no local os R$ 50 mil que recebeu no prêmio “Para Mulheres na Ciência”, promovido por L”Oréal Brasil, Unesco e Academia Brasileira de Ciência.
“A gente está lutando contra a maré. Já tive três alunos que desistiram pela instabilidade, pela insegurança, pela falta de perspectiva”, conta.
UFRGS
Em Porto Alegre, o retrato da crise na UFRGS, a melhor federal do país pelo Índice Geral de Cursos (IGC) do MEC, pode ser resumido em um calendário. Dos doze meses, três meses e meio podem ser marcados em vermelho: são aqueles sem verba nenhuma.
Pior: o bloqueio atual vem em um orçamento já em ritmo de redução nos últimos anos, diz Hélio Henkin, pró-reitor de Planejamento e Administração da UFRGS. “Já cortamos as gorduras em 2017, a carne em 2018 e agora qualquer corte adicional é corte no osso. Essa é a nossa situação.”
Contas de luz estão atrasadas e cerca de 300 funcionários terceirizados de vigilância e limpeza já foram dispensados.
Se o ritmo se mantiver, serão afetadas as compras de software para computadores usados pelos alunos, materiais didáticos básicos e até reagentes para laboratórios.
UFRJ
No Rio, os funcionários da UFRJ em cargos de chefia terão que devolver celulares. As viagens internacionais para congressos, por exemplo, chegaram ao fim, e as nacionais foram limitadas.
O dinheiro disponível para bolsas de extensão só vai dar até dezembro e, no quadro de funcionários, haverá um corte na equipe de auxiliares de processamento de dados.
Veja a situação de outras universidades na matéria completa da Folha de S. Paulo