Para editorial da Folha, nomeações do MEC indicam aparelhamento de órgãos técnicos

Intitulado “MEC em sobressalto”, editorial chama as nomeações de “duvidosas” e diz que podem indicar novos temores quanto aos rumos do MEC

Confira editorial do jornal Folha de S. Paulo:

“Mudanças súbitas e mal explicadas no comando de instituições voltadas à regulação e à avaliação da educação no país suscitam novos temores quanto aos rumos do MEC sob Jair Bolsonaro.

Em março, o economista Danilo Dupas Ribeiro assumiu a presidência do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), que trata da avaliação do ensino e do aprendizado na educação básica e superior.

Neste mês de abril, a troca de cadeiras chegou à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão dedicado à pós-graduação e agora comandado pela advogada Claudia Mansani Queda de Toledo.

Indicados pelo ministro Milton Ribeiro, os novos dirigentes têm em comum parcas credenciais acadêmicas e de gestão em políticas de educação. Sinalizam, ademais, intervenção inquietante nas diretrizes educacionais no país.

O Inep ganhou importância nos anos 1990, quando o país se deu conta de que precisava de um diagnóstico do aprendizado. Surgiram ali o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Ambas as avaliações estão agora sob comando do coronel-aviador Alexandre Gomes da Silva, piloto e investigador de acidentes aéreos.

A atualização do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), principal indicador da qualidade da educação básica do país, passou do Inep para a secretaria-executiva do ministério.

O receio é que as mudanças possam impactar a implementação da Base Nacional Comum Curricular e os sistemas de avaliação da educação básica e superior.”

Leia na íntegra: Folha de S. Paulo