MPF denuncia Abraham Weintraub por improbidade administrativa

Valor e Veja mostram que denúncia cita divulgação de “fake news” contra universidades pelo ex-ministro da Educação, que se pronuncia: ‘inacreditável’

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub por improbidade administrativa, apontando uma série de afirmações “dolosamente incorretas ou distorcidas” sobre as universidades públicas brasileiras, feitas quando ele ainda chefiava a pasta.

Para a procuradora Luciana Loureiro Oliveira, Weintraub atentou contra princípios da administração pública como os da moralidade, da honestidade e da lealdade às instituições. Segundo ela, as “fake news” foram proferidas com “o claro propósito de desacreditar” as instituições de ensino.

A ação foi enviada à 3ª Vara Federal do Distrito Federal, a quem cabe decidir se o ex-ministro será réu. Em caso de abertura de processo e eventual condenação, Weintraub pode ter seus direitos políticos suspensos, além de ser obrigado ao pagamento de multa.

Em uma live nas redes sociais, Weintraub afirmou ter sido pego de surpresa: “Eu perder meus direitos políticos porque falei que tinha drogas… É inacreditável. Não me arrependo de nada que eu fiz. Eu fui o primeiro ministro da Educação na história do Brasil a falar abertamente sobre as drogas dentro da universidade”.

De acordo com o Ministério Público, Weintraub, como ministro, agiu contra princípios da administração pública como moralidade, honestidade e lealdade às instituições. Na ação, o MPF alerta que “o aporte de recursos, investimentos em pesquisas, oferta de bolsas a acadêmicos depende sobretudo da boa imagem das instituições de ensino” e classifica que as declarações de Weintraub são “suposições genéricas” a partir de casos simplórios, pontuais e isolados de consumo e tráfico de drogas nas universidades. “Em todos os casos, a polícia atuou dentro dos campi, ao contrário do que fez crer o requerido”, destacou.

Na transmissão, Weintraub voltou a repetir que as universidades públicas abrigam plantações de maconha e que laboratórios de química que são usados para a produção de metanfetamina: “O ambiente universitário é para ensino e pesquisa. Não pra ficar chapado”, concluiu o ex-ministro.

Leia na íntegra: Veja e Valor Econômico