Professora da UFSC é finalista de prêmio nacional de ciência, tecnologia e inovação

Débora Peres Menezes é a única representante da região Sul no Prêmio Confap

A professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Débora Peres Menezes é finalista do Prêmio Confap de Ciência, Tecnologia & Inovação – Professora Odete Fátima Machado da Silveira na categoria Ciências Exatas. O Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) publicou a relação dos finalistas da 2ª edição nesta quarta-feira, dia 8. O resultado final será divulgado em 23 de março. Única representante da região Sul no prêmio nacional, Débora foi indicada por meio de edital da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc).

Professora titular da UFSC, Débora foi a primeira mulher a ser eleita presidente da Sociedade Brasileira de Física (SBF). É graduada em licenciatura e bacharelado e é mestre em Física pela Universidade de São Paulo (USP), doutora pela University of Oxford, da Inglaterra, e pós-doutora pela Universidade de Coimbra, de Portugal. Também tem estágio sênior pela Sydney University, da Austrália, e pela Universidade de Alicante, da Espanha. Simultaneamente às atividades de ensino e pesquisa, dedica-se atimente à divulgação científica. A docente é responsável pelo canal do Youtube Mulheres na Ciência, que busca levar ao público diversos tópicos científicos de forma descomplicada e objetiva por meio de filmes curtos produzidos e protagonizados por cientistas e estudantes mulheres.

Débora é responsável pelo canal Mulheres na Ciência (Foto: Reprodução)

Ao receber a notícia de que era finalista do prêmio, Débora disse se sentir muito “honrada em estar na companhia de outros dois cientistas com currículo tão respeitável”. Ela concorre com os pesquisadores Edgar Dutra Zanotto, da Ufscar, e Rochel Montero Lago, da UFMG. 

“Fiquei muito feliz em poder representar o estado de Santa Catarina numa área sabidamente masculinizada, com um percentual de mulheres que não chega a 30%. Além disso, as ciências exatas são conhecidas como exemplos clássicos do efeito tesoura (corta as mulheres de posição de destaque), teto de cristal (consegue-se avistar o céu, sem poder alcançá-lo) e tantos outros estereótipos e barreiras invisíveis que inibem o crescimento profissional das mulheres. Agradeço muito à UFSC por todas as oportunidades que me deu nesses 30 anos de trabalho e à Fapesc pela indicação”, declarou. 

Com patrocínio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCTI) e apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), o prêmio reconhece pesquisadores(as) que se destacaram em pesquisas científicas, tecnológicas e de inovação, cujos resultados geraram conhecimento e beneficiaram, direta ou indiretamente, o desenvolvimento e o bem-estar da população brasileira. Também reconhecerá a atuação de profissionais de comunicação que, por meio do jornalismo científico, contribuíram para a aproximação entre a CTI e a sociedade brasileira. 

A premiação é dividida em três categorias: Pesquisador(a) Destaque, com as subcategorias Ciências da Vida; Ciências Exatas; e Ciências Humanas; Pesquisador(a) Inovador(a), com as subcategorias Inovação para o Setor Empresarial e Inovação para o Setor Público; e Profissional de Comunicação. Com o objetivo de buscar equilíbrio entre os estados, o prêmio foi dividido em duas etapas: Estadual e Nacional.

A Etapa Estadual em Santa Catarina, organizada pela Fapesc, recebeu inscrições das Instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICTIs). Nessa fase, a UFSC se destacou em cinco das seis categorias. Dois pesquisadores da Universidade foram indicados para a etapa nacional. Além de Débora, o professor Dachamir Hotza foi indicado para a categoria Pesquisador Inovador – Inovação para o Setor Empresarial. 

Para o presidente da Fapesc, Fábio Wagner Pinto, ter uma representante de Santa Catarina entre os finalistas do Prêmio Confap é muito importante. “Parabenizamos a professora Debora Peres Menezes pelo reconhecimento junto à Confap como finalista. Ela representa nossos melhores pesquisadores e empreendedores, tão presentes e ativos no desenvolvimento do estado”.

Na edição anterior, Santa Catarina conquistou o primeiro lugar na categoria Profissional de Comunicação com Eonir Teresinha Malgaresi, jornalista da Epagri; o segundo lugar na categoria Pesquisador Destaque – Ciências Exatas e da Terra, com o professor da UFSC Aloisio Nelmo Klein; e o terceiro lugar na categoria Pesquisador Destaque – Ciências da Vida, com o professor da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) Felipe Dal Pizzol.

Homenagem

Em cada edição, o Prêmio Confap de CTI recebe o nome em homenagem a um pesquisador ou pesquisadora com relevantes contribuições ao setor. Nesta segunda edição, a homenageada é a professora e pesquisadora Odete Fátima Machado da Silveira (em memória, 1953-2013).

Odete Silveira era natural da cidade de Caxias do Sul (RS). Graduada em Geologia e mestre e doutora em Geologia e Geoquímica pela Universidade Federal do Pará (UFPA), foi uma das primeiras mulheres a embarcar em um navio da Marinha para cruzeiro oceanográfico e em um cruzeiro científico para o Alasca, bem como uma das primeiras especialistas em Geologia e Geofísica Marinha do Brasil. 

Pioneira nos estudos geológicos e geofísicos na costa do Amapá, teve importante contribuição e representou a região Norte em comitês científicos no Ministério da Ciência e Tecnologia e no Ministério do Meio Ambiente. Ao longo de sua extensa trajetória acadêmica e científica, foi pesquisadora do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA), professora na Faculdade de Oceanografia do Instituto de Geociências da UFPA e professora colaboradora no Curso de Mestrado em Desenvolvimento Regional da Universidade Federal do Amapá (Unifap). Por suas importantes contribuições à oceanografia brasileira, foi agraciada pela Marinha do Brasil com a medalha “Amigo da Marinha”, em 2011, e com a medalha da “Ordem do Mérito Naval”, em 2012. 

Fonte: Notícias da UFSC