A professora Gláucia Dias da Costa, diretora da Apufsc-Sindical, e Vicente Concílio, professor do departamento de Artes Cênicas da Udesc, foram os debatedores
O primeiro encontro de 2025 do Cineclube 757 ocorreu nesta quinta-feira, dia 3, com a exibição e debate sobre o documentário “Olha pra elas”, da diretora Tatiana Sager, no Teatro Carmen Fossari, próximo ao campus de Florianópolis da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O filme conta histórias de mulheres encarceradas e os desafios que enfrentam, além de expor um sistema prisional e judicial falhos e o abandono pelas famílias.

Após a exibição, houve debate com a participação de Vicente Concílio, professor do departamento de Artes Cênicas da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), e Gláucia Dias da Costa, doutora em Educação pela UFSC, professora de História do Colégio de Aplicação e diretora de Promoções Sociais, Culturais e Científicas da Apufsc-Sindical.
Vicente tem uma atuação relacionada ao sistema prisional: ele dá aulas de teatro no Presídio Feminino de Florianópolis, já trabalhou em unidade prisional e estuda o assunto. “Esse é o tema da minha vida”, contou. Para ele, no filme, “o sistema prisional aparece como um aparelho de gestão da pobreza”.
Glaucia também refletiu como a situação de encarcerada é diferente para as mulheres. “Recai sobre as mulheres muita coisa. O encarceramento de uma mãe desestrutura toda uma família”, apontou a professora. “A pena moral sobre essas mulheres é muito maior”, completou. Na plateia, outras pessoas também comentaram cenas mostradas no filme.
A exibição foi feita em parceria com projeto Cinema em Movimento – Circuito Universitário, realizado pela MPC Filmes.
Sobre o documentário

“Olha Pra Elas” acompanha o que Adelaide, Tatiane, Catia, Naiane e Roselaine têm em comum: o fato de serem mães e viverem longe dos filhos, além da condição de estarem aprisionadas. Cada uma dessas histórias de vida, mesmo com suas particularidades, representa uma questão de gênero e a realidade de mais de 40 mil mulheres brasileiras.
Através dos relatos das protagonistas, é possível observar as graves consequências das omissões do Estado em relação ao encarceramento feminino, como carência de material de higiene pessoal, deficiências nos atendimentos de assistência social, psicológico e psiquiátrico, e a falta de informações sobre os filhos que ficaram do lado de fora.
Sobre o Cineclube 757
O Cineclube 757 é idealizado por servidores ligados à Secretaria de Educação a Distância (Sead), ao Departamento Artístico e Cultural (DAC/Secarte) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), professores da Apufsc-Sindical e membros do Movimento Humaniza SC. A ideia é realizar mostras de filmes e documentários, defesas acadêmicas realizadas em audiovisual, lançamentos de obras fílmicas, debates, discussões e ciclos temáticos.
Imprensa Apufsc