Estudantes da Saúde e da Biologia levam projetos para as ruas de Florianópolis

Essa já é a terceira edição do Saúde UFSC na Praça, que também aconteceu na praça Santos Dumont e no Hospital Universitário.

Com apoio da Apufsc, os projetos Saúde UFSC na Praça e Biologia na Rua ficam no Largo da Catedral até as 17h de hoje

Os estudantes em greve dos cursos de Enfermagem, Farmácia, Nutrição e Biologia da UFSC estão no centro da cidade para apresentar à população projetos que são desenvolvidos dentro da universidade. Nesta sexta-feira (27), eles estão no Largo da Catedral até as 17h. Com o apoio da Apufsc, que financiou a tenda, os alunos e professores estão realizando medição de glicemia no sangue e aferição de pressão, além de apresentar as atividades de laboratórios como o de Mamíferos Aquáticos (Lamaq) e o de Ecologia de Anfíbios e Répteis (Lear). 

O evento é composto de duas iniciativas: o Saúde UFSC na Praça, que já está na sua terceira edição e é organizado por estudantes do Centro de Ciências da Saúde (CCS), e o Biologia na Rua, do Centro de Ciências Biológicas (CCB). Os alunos montaram as atividades às 9h, e vão permanecer até 17h. Nas duas últimas edições, o Saúde UFSC na Praça aconteceu na praça Santos Dumont, em frente ao campus Trindade, e no Hospital Universitário.

Os estudantes se organizaram em diversos estandes. Um dos mais movimentados era o de aferição de pressão, onde os graduandos de enfermagem recebiam a população, e o de medição de glicemia, dos estudantes de Farmácia. Já os alunos do curso de Nutrição conversaram com a comunidade a respeito de dietas saudáveis e alimentos ultraprocessados, e a Biologia se dividiu por laboratórios, apresentando pesquisas sobre mamíferos marinhos, anfíbios, répteis, insetos e bactérias. 

A iniciativa reuniu mais de cinquenta estudantes, que apresentaram diversas ações relizadas pela UFSC. 

Para a estudante da terceira fase de Farmácia Camile Cerezolli, que estava no estande de plantas medicinais, esse “é um evento que mostra à comunidade que os estudantes darão um retorno à sociedade depois que se formarem”. 

A acadêmica de Enfermagem Gabriela Falconi afirma que a intenção também “é  mostrar que a mobilização não é parada e que a universidade de fato está passando por um momento difícil”. “É uma oportunidade de apresentar tudo o que a gente realiza dentro da universidade”.

Neste ano, a reitoria cancelou, por falta de verba, a Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão (Sepex) marcada para outubro. Há 18 anos, esse é o evento de divulgação científica mais importante do Estado. Agora, os estudantes estão encarando a iniciativa de levar os projetos da universidade para as ruas de Florianópolis como uma forma de suprir, ainda que de forma simples e improvisada, a falta da Sepex. 

 

“Temos a Sepex para isso, mas esse ano não vai ter, infelizmente”, diz Gabriela. “O Saúde UFSC na Praça tem alguns dos projetos que seriam expostos na Sepex.” 

Segundo o professor de Farmácia Roberto Ferreira de Melo, o evento é uma atividade da greve dos estudantes. “Eles estão se mobilizando contra os cortes que comprometem o funcionamento da universidade e sobretudo contra o Future-se, que é um projeto de privatização, de acabar com a autonomia da universidade pública”.

Os estudantes de Biologia montaram uma instalação sobre o efeito das mudanças climáticas no Brasil. “É uma iniciativa que pretende mostrar como a universidade e a ciência se inserem nisso, para solucionar problemas e apresentar alternativas”, diz o professor Paulo Horta.

Reportagem e fotos: Victor Lacombe