Em audiência da Frente Parlamentar do Serviço Público, entidades pedem unidade pela recomposição salarial

O evento também serviu para convocar deputados e senadores para o ato nacional que ocorre nesta quarta-feira, dia nacional de mobilização

Foi realizada na tarde desta terça-feira, dia 15, uma audiência pública na Câmara dos Deputados, promovida pela Frente Parlamentar Mista do Serviço Público, para tratar da recomposição salarial dos servidores públicos federais.

A atividade foi organizada, além da Frente, pela Liderança da Minoria e Liderança do PT na Câmara. O evento também serviu para convocar deputados e senadores para o ato nacional que ocorre nesta quarta-feira, dia nacional de mobilização, paralisações e manifestações.

Uma das representantes de entidades presentes, Silvia Helena de Alencar, da Pública Central do Servidor, lembrou que a unificação dos servidores é fundamental para que a reivindicação de recomposição salarial seja atendida.

“Na reforma das previdência nos dividimos. Na reforma administrativa, nos unimos e derrotamos o governo. No reajuste, não pode ser diferente. É óbvio que muitas categorias estão nas suas lutas individuais, mas isso não inviabiliza nossa unidade de luta no geral, porque o que estamos pedindo não é reajuste, é a recomposição das perdas salariais. Precisamos nesse momento, mais do que nunca, de unidade na luta. Só assim vamos ter uma vitória considerável”, disse Silvia.

Francieli Rebelatto, do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), falou também da situação da universidade pública. “Nós, professores, também queremos denunciar os ataques à educação pública, os cortes orçamentários nas universidades. Assim como nós, também os estudantes estão com dificuldade para se manter nesse espaço”, contextualizou. E também pediu a união nos atos desta quarta-feira: “Para nós, essa luta pela recomposição salarial é fruto dessa unidade”.

Thiago Duarte Gonçalves, da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Fenajufe), afirmou que a categoria já contabiliza mais de 20% de perda salarial só no governo Bolsonaro. “A inflação tem corroído o poder aquisitivo dos servidores públicos. Esse governo nos enxerga como inimigos”, disse. Gonçalves afirmou ainda que, diferente do que diz o próprio governo, “a maioria do funcionalismo público recebe em média até três salários mínimos”.

Sérgio Ronaldo da Silva, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), relembrou as mobilizações feitas até agora e afirmou: “Nessa quarta, teremos o maior ato conjunto do funcionalismo”. Ele contou que buscou contato com o Ministério da Economia solicitando uma agenda para esta quarta, mas recebeu resposta negativa e ouviu que o governo vai se manifestar por meio da imprensa.

Ana Maria, da Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes), pontuou que desde o começo do atual governo, não houve nenhuma mesa de negociação.

No lançamento do comando de mobilização e construção da greve dos servidores públicos federais, em 9 de março, Fabiano dos Santos., coordenador-geral da Fenajufe, afirmou: “O dia 16 consiste em um ultimato para o governo para que estabeleça uma mesa de negociação”.

Em Santa Catarina, o ato estadual unificado em defesa do serviço público está planejado para ocorrer a partir das 17h, na praça Tancredo Neves, no Centro de Florianópolis. 

Assista à audiência na íntegra aqui.

Imprensa Apufsc